A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe que escolas incentivem estudantes a pesquisar, criticar e exercitar a curiosidade. A nova proposta é que os alunos dialoguem no espaço da sala de aula com a sua realidade local. Danças, teatros, manifestações artísticas e culturais são propostas da BNCC.
Assim, o Colégio VIDAM, escola parceira do SAS em Paripiranga (BA), vem desenvolvendo há dois anos consecutivos, no dia 20 de novembro – data em que se comemora o Dia da Consciência Negra, oficinas de dança, culinária, teatro e turbantes com a proposta de despertar a curiosidade e o conhecimento sobre a cultura africana. Dessa forma, é possível dialogar e refletir sobre as diversidades culturais existentes na sociedade brasileira.
Nessa perspectiva, na Educação Infantil são desenvolvidas oficinas de artes, pinturas e danças. Estas se estendem até o Ensino Fundamental Menor e Maior com palestras, danças de capoeira, construção de turbantes e apresentações teatrais. Enfim, é proposto um dia de conhecimento e aprendizagem sobre as influências africanas e sua contribuição para formação do Brasil.
A Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003, torna obrigatório o ensino e a reflexão em sala de aula sobre a história e a cultura afro-brasileira no Ensino Fundamental e Médio. É importante discutir sobre as contribuições econômicas e culturais que os africanos em sua diversidade trouxeram para a sociedade brasileira. Também é preciso refletir sobre o preconceito, a discriminação e as diferenças. Com isso, Nelson Mandela afirma:
“A educação é arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe o conflito e inspirar esperança onde há desespero”.
Partindo das propostas tanto da Lei quando da BNCC é que o Colégio VIDAM desenvolve oficinas no dia 20 de novembro com intuito de trabalhar as diversidades e o respeito. Isso deve ser compreendido porque a cultura africana é cercada de valores e teve uma forte influência na formação cultural do Brasil.
Com isso, o Colégio VIDAM trabalha na Educação Infantil com o tema: “As belezas africanas”. Assim, livros como “Menina Bonita do Laço de fita”, de Ana Maria Machado; “O Cabelo de Lele”, de Valéria Belém; “Luana – A menina que viu o Brasil neném”; e “Luana – as sementes de Zumbi”, de Aroldo Macedo e Oswaldo Faustino, tomam conta da imaginação e criatividade da garotada. Além disso, pinturas faciais e arte com tintas coloridas põem em prática o que aprenderam com as histórias.
Para as turmas do Ensino Fundamental Menor, as oficinas são voltadas para a arte e músicas que representem a cultura africana. As crianças, com o trabalho desenvolvido pelos professores e convidados, aprendem a confeccionar turbantes, a dançar e refletir sobre músicas que falem sobre o negro e seu papel na sociedade, como também as belezas e contribuição dos africanos na sociedade brasileira.
E para as turmas do Ensino Fundamental Maior, as oficinas são voltadas para palestras e discussões sobre a religião africana, a exemplo do Candomblé. Músicas e a culinária também fazem parte das atividades e do aprendizado dos estudantes. Assim, o objetivo é conhecer a cultura de um povo que contribuiu e deixou suas influências na sociedade brasileira.
Diante das discussões, debates e apresentações artísticas que ocorrem no Colégio VIDAM, a Semana da Consciência Negra busca despertar um olhar crítico e objetiva que os estudantes compreendam as diferenças sociais que existem em nossa sociedade. Enfim, a proposta é que ocorra uma troca de conhecimento, possibilitando uma aprendizagem significativa.
Jôycimara Ferreira Barreto
É pós-graduada em gestão escolar e mestranda pela UFAL. É professora do Colégio VIDAM.
Autor do artigo
